É difícil fazer um balanço
equilibrado das contribuições e dos limites da obra de Bourdieu no campo da
Sociologia da Educação. Bourdieu teve o mérito de formular, a partir dos anos
60, uma resposta original, abrangente e bem fundamentada, teórica e
empiricamente, para o problema das desigualdades escolares. Essa resposta
tornou-se um marco na história, não apenas da Sociologia da Educação, mas do
pensamento e da prática educacional em todo o mundo. A escola seria, nessa
perspectiva, uma instituição neutra, que difundiria um conhecimento racional e
objetivo e que selecionaria seus alunos com base em critérios racionais. Uma
das teses centrais da Sociologia da Educação de Bourdieu é a de que os alunos
não são indivíduos abstratos que competem em condições relativamente
igualitárias na escola, mas atores socialmente constituídos, que trazem em
larga medida incorporada, uma bagagem social e cultural diferenciada e mais ou
menos rentável no mercado escolar. A partir de Bourdieu tornaram-se
praticamente impossível analisar as desigualdades escolares, simplesmente, como
frutos das diferenças naturais entre os indivíduos.
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